Uma pesquisa da Gartner Inc. identificou as cinco principais mudanças no comércio digital causadas pelo COVID-19. Na verdade, pela ótica da tecnologia, essas mudanças foram apenas aceleradas pela pandemia. Essas áreas precisam receber cada vez mais atenção e investimento por parte dos líderes de aplicativos e de TI.

O isolamento social causado pela pandemia mudou o comportamento de compra dos clientes no mundo todo. Pessoas que antes não tinham o hábito de comprar remotamente tiveram que se acostumar com esse modelo e, muitos daqueles que já eram adaptados à esse modelo de consumo expandiram seus horizontes.

Mudanças possibilitadas pela tecnologia

A tecnologia que alimenta e possibilita o comércio digital foi de suma importância para que várias empresas, das menores às maiores, pudessem continuar vendendo seus produtos. Com o aumento da procura de negócios digitais, surgem também as preocupações dos clientes em relação a essas transações.

“Algumas mudanças de comportamento do cliente, como fazer compras online e tornar-se mais preocupado com a saúde e segurança, serão de longo prazo ”, disse Sandy Shen , diretora sênior de pesquisa do Gartner.

Shen completou ainda dizendo que novos tipos de envolvimento com o cliente e de medidas implementadas por organizações, como permitir novos modelos go-to-market (GTM) devem permanecer.

Veja abaixo quais são as principais áreas do comércio digital que estão mudando como resultado do COVID-19. Os líderes de aplicativos e TI devem entender essas mudanças e ajustar os planos de investimento e as plataformas de tecnologia para manter suas ofertas de comércio digital competitivas nos próximos anos.

Principais mudanças no comércio digital

Comércio sem contato

O comércio sem contato permite que os clientes realizem atividades de compra sem tocar em estruturas públicas ou ter qualquer contato físico com outra pessoa. O Gartner prevê que, em 2024, 80% dos pedidos e reabastecimento serão sem contato para a maioria das organizações.

Neste caso, as organizações devem investir fortemente em robótica, inteligência artificial (IA) e visão computacional para ajudar os funcionários com merchandising de loja, preços e coleta e embalagem em armazéns.

Configuração Visual

Ferramentas de configuração visual permitem que os representantes de vendas e os clientes vejam uma representação visual 2D ou 3D do produto desejado. Ou seja, eles podem avaliar e ver o produto sem a necessidade de visitar um showroom físico.

Embora a configuração visual atualmente seja adotada em pequena escala mundialmente falando, os fornecedores de software relataram um aumento significativo nos negócios por causa da pandemia.

Live Commerce

O comércio ao vivo usa streaming de vídeo ao vivo para mostrar produtos e interagir com os clientes em tempo real. As “lives” de produtos podem ser incorporadas em plataformas de comércio ou oferecidas por mercados online e redes sociais com links de compra ou funções de check-out.

“Muitas organizações viram as vendas despencar durante o COVID-19. Na China, as organizações recorreram a plataformas de transmissão ao vivo, como Douyin e Kuaishou, para se conectar com os clientes. Embora o comércio ao vivo já tenha sido usado para produtos de moda e beleza, muitas organizações tradicionais começaram a usar essas plataformas depois que seus negócios off-line foram completamente encerrados pela pandemia”, disse Shen. 

Consumerização B2B

Com a pandemia, muitas organizações começaram a priorizar canais digitais, como chat ao vivo ou chat de vídeo, além de aplicativos sociais e móveis. Espera-se que esses modelos de vendas e engajamento continuem após a pandemia, pois são tão eficazes quanto as formas tradicionais de venda. 

Conforme as gerações mais jovens entram na força de trabalho e assumem posições de compra, elas esperam experiências do cliente atraentes, como as que obtêm com as compras B2C. Esses novos consumidores valorizam a experiência de usuário intuitiva e a disponibilidade.

Enterprise Marketplace

Os mercados corporativos são mercados online operados por organizações que permitem vendedores terceirizados venderem diretamente aos clientes finais. Esses mercados são uma mudança fundamental no modelo de negócios para as organizações comerciais, impulsionando-as em direção aos negócios digitais.

Isso contribui para melhores experiências para compradores e vendedores, melhor eficiência nos processos de compra e venda, cadeias de suprimentos mais eficientes e novas fontes de receita.

Amanda Borba